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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Carta aberta ao meu pai

Querido Guerreiro, neste dia que marca o primeiro ano de sua passagem, escrevo-lhe algumas lembranças do tempo que podia bagunçar o seu cabelo e te fazer cócegas – desafios mais emocionantes que morfar como ranger vermelho ou cobrar pênalti num Dida imaginário, com a camisa do Raí.
Aproveitando que toquei no assunto futebol, gostaria de lhe agradecer por me forçar a torcer pelo São Paulo, time brasileiro que conquistou os títulos mais importantes da minha geração, e por ter me incentivado à carreira de boleiro, mesmo sabendo que não tinha a menor chance de sucesso. A propósito, sabia que bater uma bolinha contigo era das brincadeiras mais legais da minha infância, ao lado de andar de bike, jogar damas e soprar as fitas do Super Nintendo?
Recordo, agora, nossos passeios pela matinha - em que, além do interesse em sua cachoeirinha, também ia atento à procura de pipas perdidas -, nossas pescarias, os animais que criamos, os jardins e hortas que cultivamos; para constar que, se sou apaixonado pela natureza, a culpa é tua!
Porém, se amo a caligrafia, o senhor concorda que não tem nada a ver com isso?! Não curtia ler, muito menos escrever. Mas lembro que gostava quando eu lia meus textos para ti, era algo que me deixava muito feliz. Nesse contexto, a alegria só foi maior quando pediu meu livro e, após uma semana, veio elogiar-me pela obra. Aquele dia foi foda.
Numa próxima recordo outras histórias, pai, pois acredito que essas já são suficientes para estimular sua memória fotográfica de momentos importantes que vivemos juntos.
Por favor, abrace bem forte e dê um beijão na tata pela leitura desta carta ao senhor.

PS: É claro que foi eu quem pedi a ela esse favorzinho, exatamente para sentir-se ainda mais próximo de mim, através de sua filha! s2

Infinitas saudades... Juan.

sábado, 22 de novembro de 2014

Dia de churrasco no Céu

Hoje é seu primeiro aniversário longe da gente, em que estaria completando 50 anos. A visita em seu túmulo nesta manhã foi triste, mas também confortante por reconhecermos que não está mais padecendo.
A saudade mal cabe no peito. Porém, a fé conserva a esperança de nos reencontrarmos num lugar bem melhor. Neste planeta, basta viver para sofrer, não é mesmo?!
Gostaria de saber como estão as comemorações aí? Minhas únicas certezas são que está rolando churrasco de costela e, de forma inédita, o primeiro pedaço de bolo o senhor deu ou dará para a Patricia, filha que faleceu há exatos 26 anos – sim, também num dia de seu aniversário, com poucas horas de vida.
Aqui, a mãe, o Renan e eu estamos a lamentar que nesta data tão especial não seja possível celebrações com a família completa. Cada um vem carregando uma dor muito particular.
O fato é que sua fé é nossa maior motivação de dias melhores daqui pra frente. Eu, por exemplo, jamais vou me esquecer de suas últimas palavras em sã consciência para o tato e eu: “Quem quer alguma coisa tem que correr atrás!”.
De que adianta reclamar do mundo, do sistema, das pessoas, das coisas, se a gente não é capaz de mover uma palha para melhorar o que está em desacordo com a nossa opinião? Dê-se a chance de, ao menos, tentar mudar para fazer o que realmente deseja acontecer.
Um novo amigo, que apareceu exatamente neste momento de maior dificuldade, disse-me recentemente que o senhor cravou “a marca de pai” em meu coração, e esta permanecerá sempre comigo. “Não precisa marca de nada, senão apenas de pai! Isso é o que há de mais lindo na vida!”, afirmou.
Sendo assim, Guerreiro, obrigado por todos os ensinamentos – muito mais gestuais que orais -, embora facilmente compreensíveis porque sempre foram transmitidos com bastante amor. E, permita-me agradecer também por me instruir a esse que é o mais nobre dos sentimentos.
Com fé, amor e ouvindo mais seu coração é possível conduzir a vida na esperança de dias melhores para ti e todos, em qualquer que seja o lugar. Papai, lá de cima, é quem me faz acreditar nessa máxima, atualmente.

"Cuide bem de quem vc AMA
Pois tudo pode se Perder
Em menos de 1 SEGUNDO."

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sempre juntos!

Um exemplo, uma vida que fica para a história. Hoje o céu está em festa, enquanto em nosso peito já bate a eterna saudade. Deixa um legado de coisas boas, que vão servir de inspiração daqui pra frente.

Orgulho que neste momento se banha por nossas lágrimas, daquelas que lavam a alma. Lutou, combateu, guerreou, com todas as forças, certamente por quem o amava. Com uma fé imensurável, incomparável.

O bom pai, esposo, irmão, amigo – ainda não encontramos quem ele não cativava. Às vezes, exagerava na dose, mas acreditava que não era erro pecar pelo excesso, mas, sim, pela falta – da ALEGRIA, que transbordava.

Só não era de ficar falando que amava, talvez pelo que vivenciou com o vô. Mas seus gestos eram suficientes para nos sentirmos muito mais que amados.

Doeu muito vê-lo sofrer, e era justamente o que ele sempre temeu. Por isso abrimos mão da sua companhia, para que somente as ótimas lembranças ficassem. E também porque cumpriu suas missões: unir a família e encorajar quem sente dor (indo contra todas as previsões, superando estatísticas, sempre esbanjando a esperança de dias melhores).

"Porra, bichão. / Quem falou? / Acha?! / Chupa dedão... / Fica quietinho, fica. / Marli, sopa gostosa! / Oi, Pitoco! / Já levou comido pro cachorro, né? / Quanto foi o jogo? / Pensa que tem pão quente toda hora? / Brincadeira, hein! / Quem quer alguma coisa na vida, tem que correr atrás. / Não quero que vocês briguem!" Essas são apenas algumas de suas principais frases, mas as últimas, com certeza, foram as que mais nos marcaram. Pode confiar, pai, não vamos te decepcionar e vamos cuidar bem da mãe.
Mais de 25 rotações em torno do sol, casadinhos
Obrigado por tudo, Guerreiro! Sentiremos a sua presença, aonde quer que estejamos. Um dia nos reencontraremos, aí na casinha do Papai do Céu.


Por Juan e José Renan Piva.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Parabéns, guerreiro!


Há 48 anos, ele estava nascendo. O caçula dos nove filhos de Martin Mario Piva e Elvira Zago Piva, que já faleceram. Descendente de italianos, é econômico nas palavras, mas tem um coração que mal cabe no peito. Pelo brilho de seus belos olhos azuis e na simplicidade de seu sorriso, percebe-se o homem que é. Trabalhador, humilde, fiel, leal, honesto, amigo, solidário, guerreiro e pai, acima de tudo!

Esse é Antonio Francisco Piva, quem deu a vida a mim e ao meu irmão, José Renan Piva, de 12 anos. O bom marido de Marli Regina Gusson Piva, 44. Motorista de profissão; são paulino; católico, de muita fé.
Quando eu era mais novo, tinha medo da noite, sofria com terríveis pesadelos, mas meu pai me compreendia, ficava ao meu lado naquelas horas, até eu conseguir dormir. Ele bem que tentou fazer meu primeiro sonho virar realidade, matriculou-me em uma escolinha de futebol, mas não progredi, contentei-me por jogar com ele no campinho que fez em casa para mim.

Foi então que decidi ser jornalista, ele me apoiou. Estava presente em minha colação de grau; sentiu orgulho por ver seu filho mais velho recebendo o prêmio de melhor aluno do curso.

Contudo, estava muito bom para ser verdade, tamanha alegria deu lugar para uma grande dor, literalmente. No início deste ano, foi diagnosticado um tumor maligno em seu intestino, sofreu demais até o dia da cirurgia. Ela foi um sucesso, mas novas lesões foram descobertas no fígado, já em estágio avançado, segundo seu médico. Vem tratando com quimioterapia até então, as células cancerígenas estão diminuindo. Sua fé e a enorme vontade de viver estão fazendo-as regredirem.

Continuaremos firmes na luta, lado a lado. Em meio a esse pesadelo, agora sou eu quem estende a mão a ele. Juntos venceremos, com o tato e a mãe por perto, sempre!

Meu pai e eu pouco conversamos sobre a vida, em geral, mas seus exemplos têm sido suficientes para me fazer o que sou. Talvez pela carência de ídolos, quando criança, desconfiava que ele fosse meu super-herói, hoje tenho certeza.
Parabéns, meu velho. Muitos anos de vida, saúde, paz, amor, felicidades, enfim, tudo de bom, porque você merece. Eu te amo muito!