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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Carta aberta ao meu pai

Querido Guerreiro, neste dia que marca o primeiro ano de sua passagem, escrevo-lhe algumas lembranças do tempo que podia bagunçar o seu cabelo e te fazer cócegas – desafios mais emocionantes que morfar como ranger vermelho ou cobrar pênalti num Dida imaginário, com a camisa do Raí.
Aproveitando que toquei no assunto futebol, gostaria de lhe agradecer por me forçar a torcer pelo São Paulo, time brasileiro que conquistou os títulos mais importantes da minha geração, e por ter me incentivado à carreira de boleiro, mesmo sabendo que não tinha a menor chance de sucesso. A propósito, sabia que bater uma bolinha contigo era das brincadeiras mais legais da minha infância, ao lado de andar de bike, jogar damas e soprar as fitas do Super Nintendo?
Recordo, agora, nossos passeios pela matinha - em que, além do interesse em sua cachoeirinha, também ia atento à procura de pipas perdidas -, nossas pescarias, os animais que criamos, os jardins e hortas que cultivamos; para constar que, se sou apaixonado pela natureza, a culpa é tua!
Porém, se amo a caligrafia, o senhor concorda que não tem nada a ver com isso?! Não curtia ler, muito menos escrever. Mas lembro que gostava quando eu lia meus textos para ti, era algo que me deixava muito feliz. Nesse contexto, a alegria só foi maior quando pediu meu livro e, após uma semana, veio elogiar-me pela obra. Aquele dia foi foda.
Numa próxima recordo outras histórias, pai, pois acredito que essas já são suficientes para estimular sua memória fotográfica de momentos importantes que vivemos juntos.
Por favor, abrace bem forte e dê um beijão na tata pela leitura desta carta ao senhor.

PS: É claro que foi eu quem pedi a ela esse favorzinho, exatamente para sentir-se ainda mais próximo de mim, através de sua filha! s2

Infinitas saudades... Juan.

domingo, 11 de julho de 2010

Vivendo uma lembrança

Relembrei os velhos tempos, mas o pior é que não vivi esse passado. Só que consigo reproduzir na memória os relatos de quem viveu há algumas décadas atrás.

Fui a uma festa de praça na cidade de Mombuca, interior de São Paulo. Para ser mais preciso, tinha uma igrejinha lá, e a festividade era em comemoração ao dia de São Pedro – 29 de junho. Era bonito de ver a movimentação no local. Muita gente, entre crianças, adultos e idosos.

A comida lá estava muito boa! Puxa vida, que variedade. No salão da igreja estava sendo servido o almoço, mas pensa num almoço bão sô. Tinha leitoa à passarinho, espetinho, batata-frita, cuscuz, farofa, arroz, macarrão, salada... De sobremesa tinha sorvete, bolo, trufa, fondue, churros, entre outras guloseimas. Comi que nem pedreiro, a única coisa ruim é que não tinha como tirar àquela sesta depois do almoço...rs.

Saí do salão e voltei à praça, estava rolando um leilão. Vários empresários da região doaram desde bode a saco de batatas para serem leiloados em benefício da igreja. Até o cantor sertanejo Daniel deu sua contribuição, ele doou um chapéu autografado.

É claro que não poderia faltar a presença de políticos, já que estamos em ano eleitoral, e participar de eventos populares é uma grande oportunidade de promoção pessoal. Nem convém citar os presentes, mas é obvio que eles também doariam algumas prendas, só para que seus nomes fossem anunciados pelo leiloeiro.

E eu que pensava que leilão era uma coisa chata (pois criei um baita preconceito graças ao “Canal do Boi”), mudei minha opinião. Como num jogo de xadrez, cada lance é milimetricamente calculado, e trabalhar com a hipótese de ter falsos compradores é sempre bom. E de real em real ouvia-se o “dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Pá!” – hora em que se “bate o martelo”. Na verdade, pensava que essa era só mais uma expressão popular, mas não, o leiloeiro portava um martelo de verdade! Para a minha surpresa...rs

Olha, vivi um dia diferente em uma festa que já vagava em minha mente, graças à frase “No tempo era assim...”, pronunciada pelos parentes com mais de 50 anos de idade. Não duvidava do que eles diziam, e “sonhava voltar no tempo”, o que foi possível naquele domingo ensolarado de 1º de julho de 2010, na festa de praça, de Mombuca city.