Não gosto de
pensar assim, mas reconheço que tudo na vida tem um fim. E não foi diferente com
a única revista focada na biodiversidade brasileira, a Terra da Gente, que vai
migrar todo o seu conteúdo impresso para a plataforma digital, democratizando
cada vez mais a informação ambiental.
“Nossa revista, assim
como a árvore, perde suas folhas, mas renascerá muito mais rica na tela da
internet. Não como uma árvore apenas, mas uma floresta cheia de vida. Em
janeiro lançaremos o maior portal da natureza para você. Um portal que o levará
para as mais diversas partes de nosso país e do mundo. Um portal que já nascerá
grande com praticamente todo o conteúdo do programa e da revista Terra da Gente
e que crescerá a cada dia. Nele, além das fotos e textos, você terá vídeos de
milhares de espécies de nossa vida selvagem”, afirmou, na última coluna “Observador” da TG, o diretor de jornalismo e conteúdo da EPTV, Ciro
Porto.
A
paixão pela escrita em papel não me deixa confortável para opinar a respeito da
última revista; na verdade, gostaria mesmo que ela continuasse, interagindo com
o programa de tevê e o novo portal. Porém, compreendo perfeitamente as
prioridades da empresa.
Na
editoria “Gente da Terra”, abastecida
pelo amigo e editor da revista, Valdemar Sibinelli, consegui
emplacar duas sugestões de pauta da organização ambientalista que trabalhei. O “luxo do lixo”, do companheiro de
voluntariado socioambiental, João Osvaldo Oliveira Reis; e a “sede do verde”, do também voluntário
ambiental, Etore Delaneza. Duas grandes reportagens sobre suas histórias de
vida e trabalhos que desempenham a favor das causas ecológicas foram escritas
pelo parceiro de profissão, que ainda me deu a oportunidade de estampar nas
edições da revista que falavam sobre eles suas respectivas fotos. Grande
honra, para mim!
“A ‘relação de
cumplicidade na defesa do nosso meio ambiente, da nossa terra’, estabelecida
com o leitor na edição inaugural continua, além de na TV e na internet, também
graças aos frutos brotados na terra fértil da razão e da emoção dos nossos
leitores a partir das sementes de conhecimento e conscientização que, como
diligentes semeadores, estamos espalhando durante todos estes anos. Semeadura
que continua por outros meios, afinal, seja qual for o caminho, ‘a aventura de
descobrir a vida’ não pode parar. Que o nosso lema sobreviva à revista”,
lembrou o amigo Sibinelli, na coluna “Dedo
de Prosa” número 128, deste mês.
Agora,
entre o misto de tristeza com o fim da TG e a esperança de vida longa ao novo
portal, minha única certeza é que a EPTV tem cumprido muito bem o seu papel quando
o assunto é noticiário socioambiental mais acessível. Como bem recordou seu
editor, a empresa mantém
o objetivo maior anunciado em editorial na primeira edição da revista, em maio
de 2004: “Mais do que nunca é preciso criar condições para a nossa convivência
harmoniosa com os belos recursos naturais do nosso planeta. Para tanto é
preciso conservar. Só conserva quem gosta e só gosta quem conhece”.
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