Páginas

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Sem propósito, é difícil chegar à ‘ilha’

Quantas reflexões para escrever este artigo sobre o Dia do Trabalho, que, além de feriado, celebra a cidadania, união dos povos e seus direitos no mercado. Mas, e se eu componho “A triste geração que virou escrava da própria carreira”, tenho motivos para comemorar, neste primeiro de maio? Impossível responder sem antes analisar seu propósito de vida.
Caso não saiba, existe uma fórmula para descobrir se o que você faz é por prazer ou obrigação; quem a ensina é o palestrante Marcio Zeppeline:
“Imagine uma ilha deserta. Lá você é livre para tomar qualquer decisão, ser feliz, fazer só aquilo que gosta. Daí, faça a pergunta: eu faria isso que estou fazendo se estivesse ‘na ilha’? Por exemplo: eu comeria esse chocolate se estivesse ‘na Ilha’? Eu estaria lendo essa metáfora se estivesse ‘na ilha’? Eu estaria fazendo esse relatório se estivesse ‘na ilha’? Se a resposta for SIM, continue fazendo, pois isso lhe dá prazer e felicidade. Se a resposta for NÃO, faça outra pergunta: isso me levará um dia para 'a ilha'? Se SIM, você tem um propósito e está no caminho certo. Mas, se mais uma vez a resposta for NÃO, é melhor você repensar suas atividades. Elas não lhe dão prazer hoje, nem darão amanhã. Isso é um exercício diário. Suas atividades, suas decisões, suas escolhas - elas devem sempre o levar à ‘Ilha’. Não custa repetir que a ilha é imaginária, e que ela é uma metáfora do que te deixa feliz.”
Pelo mundo, a ideia de que o trabalhador deveria ser um instrumento para o lucro dos patrões foi sendo questionada e as leis passaram a garantir, nas democracias, um novo papel para o cidadão. Pelos ideais solidificados principalmente a partir do final do século 19, o trabalhador deveria ser o sujeito da história, o transformador social. Primeiro de maio se tornou, assim, mais do que história, mas um presente em constante transformação. 
“Os ventos desta mudança têm raízes na Europa e também na América. Em 1886, trabalhadores americanos fizeram uma grande paralisação naquele dia para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores de países europeus também decidiram parar por protesto. Em 1889, operários que estavam reunidos em Paris (França) decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores que haviam feito greve três anos antes. Em 1891, franceses consagraram a data de luta por jornadas até oito horas diárias. O século 20 acordou para o fato de que trabalhar mais do que essas oito horas seria considerado inconcebível. Os regimes escravocratas foram repudiados. Trabalho não deveria ser mais sinônimo de exploração”, informa a Agência Brasil.
"O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.
A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença." - Luis Fernando Veríssimo
Eita, mas se não posso mais ser explorado em meu trabalho, por que minha geração está sendo rotulada como escrava de si mesma? Que é por falta de propósito você já sabe, mas cobrá-lo de alguém que foi ensinado desde pequeno que tudo seria fácil também é injusto. “Se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência”, afirma a jornalista Eliane Brum, em sua coluna na Revista Época.
Em nosso país, hoje só é um dia de folga por conta da influência de imigrantes europeus, que a partir de 1917 resolveram parar de trabalhar para reivindicar direitos. Em 1924, o então presidente Artur Bernardes decretou feriado oficial.
Para finalizar, a opinião de um gestor empresarial. Ex-presidente da Natura, Alessandro Carlucci, dá mais algumas dicas para quem quer mudar o Brasil para melhor a partir de seu próprio trabalho:

Nenhum comentário: