
De acordo com informações da Gama (Guarda Armada Municipal de Americana), responsável pela segurança durante os jogos, a média foi de 25 reclamações por dia, sobre perturbação de sossego e estacionamento irregular nas imediações do Centro Cívico, no Jardim Colina.
Segundo a prefeitura, fiscais fizeram acompanhamento do volume do som e fiscalização do trânsito, porém o número de autuações não foi divulgado. “Gostaria de saber do prefeito que lucro é esse que o evento traz para a cidade, porque até agora só estamos vendo bagunça", desabafou a assistente administrativa Rosemary dos Santos Galo, 49 anos, em reportagem para o Jornal O Liberal.
“Eles vêm apenas para beber e fazer festa, mas a prefeitura aceita em nome do aquecimento do comércio e da rede hoteleira”, reclamou o contador Mário Jorge Urbano, 45, em reportagem para o Jornal Todo Dia.
Gravidade dos casos

O caso mais grave registrado nos jogos foi do estudante de economia e policial militar Vitor Hugo Carrilho, 24, aluno da Universidade Mackenzie, que acusa membros da Gama de agressão. A corporação nega o fato e o acusa de tentar invadir, embriagado, a sede, alegando possuir imagens de circuito interno que provam o ocorrido.
Segundo informações de funcionários de uma equipe de som que comandou as pick-ups nas baladas, rolou até “bingo vivo” nas Economíadas deste ano. Não entendeu? Ah sim, eu explico melhor: as prendas nesse tipo de bingo eram garotas e garotos de programa, contratados pelos próprios universitários. Funcionava assim, você comprava uma cartela na qual concorria aos profissionais do sexo e se batesse, podia levar a “prenda” para onde quisesse, sendo que ela teria que “liberar geral” para você.
Em qualquer um dos cinco dias de jogos, você podia passar pelas ruas da cidade e encontrar, sem muita dificuldade, jovens bêbados e drogados caídos no chão. Quando não, os universitários pegavam seus carros, em estado de embriaguês, e batiam em postes e árvores das intermediações de alojamentos ou baladas (como nota de rodapé: se você é homem e não for capaz de virar um copo de cerveja, tu é uma bicha. Confira nos vídeos ao final do texto).
Poxa, ralo pra caramba pra pagar minha faculdade, que por sua vez, já tem 50% de desconto do Prouni, enquanto essa gurizada tem dinheiro pra rasgar. Será que os pais deles sabem o que acontece nessas “festinhas da facul”? Será que esses mesmos pais que bancam de forma integral cursos caríssimos (como o de Economia na FGV, com mensalidade de aproximadamente R$ 2 mil) sabem, que além de festejar, seus filhos vêm para o interior quebrar vasos sanitários e vidraças de escolas que serviram de alojamento para eles?
Não sou contra festas, até porque, promovo uma ou outra de vez em quando. O que não concordo é que jovens, em sua maioria da capital, venham para o interior fazer baderna, destruir o patrimônio público e colocar em risco a vida dos munícipes por dirigirem seus carros em estado de embriaguês. Reconheço que Americana já não tem muitas opções de lazer, e os jovens da cidade, se quiserem diversão, têm que ir para as cidades vizinhas, sendo assim, penso que seria mais interessante se a prefeitura investisse em eventos para o cidadão americanense do que acolher estudantes de outras localidades, que ao invés de aquecer o comércio, colocam a população local em estado de alerta.
A presidente da liga das faculdades, Carolina Pascotto Martire, 21, afirmou ao Jornal Todo Dia que a organização dos jogos assinou um termo de compromisso com a prefeitura se comprometendo a tomar medidas para não perturbar os moradores – o que parece não ter sido respeitado. Em 2009 foram registradas 200 ocorrências durante os jogos.
Veja alguns dos vídeos das Economíadas:
"Ele é uma bicha!"
"Nossa cara, tô muito louco!"
"Acho que bebi demais!"
Um pouco da curtição...