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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Festinha da facul

Chegou ao fim o que parecia interminável: a “Zorra Total” promovida durante a segunda edição das Ecomíadas - jogos universitários que reúne estudantes de Economia, Administração e Ciências Contábeis de várias universidades do Estado de São Paulo para disputar diferentes modalidades esportivas. O evento aconteceu nos dias 8, 9,10,11 e 12 de outubro, em Americana - SP, e contou com a participação de 6 mil jovens.

De acordo com informações da Gama (Guarda Armada Municipal de Americana), responsável pela segurança durante os jogos, a média foi de 25 reclamações por dia, sobre perturbação de sossego e estacionamento irregular nas imediações do Centro Cívico, no Jardim Colina.

Segundo a prefeitura, fiscais fizeram acompanhamento do volume do som e fiscalização do trânsito, porém o número de autuações não foi divulgado. “Gostaria de saber do prefeito que lucro é esse que o evento traz para a cidade, porque até agora só estamos vendo bagunça", desabafou a assistente administrativa Rosemary dos Santos Galo, 49 anos, em reportagem para o Jornal O Liberal.

“Eles vêm apenas para beber e fazer festa, mas a prefeitura aceita em nome do aquecimento do comércio e da rede hoteleira”, reclamou o contador Mário Jorge Urbano, 45, em reportagem para o Jornal Todo Dia.

Gravidade dos casos

O caso mais grave registrado nos jogos foi do estudante de economia e policial militar Vitor Hugo Carrilho, 24, aluno da Universidade Mackenzie, que acusa membros da Gama de agressão. A corporação nega o fato e o acusa de tentar invadir, embriagado, a sede, alegando possuir imagens de circuito interno que provam o ocorrido.

Segundo informações de funcionários de uma equipe de som que comandou as pick-ups nas baladas, rolou até “bingo vivo” nas Economíadas deste ano. Não entendeu? Ah sim, eu explico melhor: as prendas nesse tipo de bingo eram garotas e garotos de programa, contratados pelos próprios universitários. Funcionava assim, você comprava uma cartela na qual concorria aos profissionais do sexo e se batesse, podia levar a “prenda” para onde quisesse, sendo que ela teria que “liberar geral” para você.

Em qualquer um dos cinco dias de jogos, você podia passar pelas ruas da cidade e encontrar, sem muita dificuldade, jovens bêbados e drogados caídos no chão. Quando não, os universitários pegavam seus carros, em estado de embriaguês, e batiam em postes e árvores das intermediações de alojamentos ou baladas (como nota de rodapé: se você é homem e não for capaz de virar um copo de cerveja, tu é uma bicha. Confira nos vídeos ao final do texto).

Poxa, ralo pra caramba pra pagar minha faculdade, que por sua vez, já tem 50% de desconto do Prouni, enquanto essa gurizada tem dinheiro pra rasgar. Será que os pais deles sabem o que acontece nessas “festinhas da facul”? Será que esses mesmos pais que bancam de forma integral cursos caríssimos (como o de Economia na FGV, com mensalidade de aproximadamente R$ 2 mil) sabem, que além de festejar, seus filhos vêm para o interior quebrar vasos sanitários e vidraças de escolas que serviram de alojamento para eles?

Não sou contra festas, até porque, promovo uma ou outra de vez em quando. O que não concordo é que jovens, em sua maioria da capital, venham para o interior fazer baderna, destruir o patrimônio público e colocar em risco a vida dos munícipes por dirigirem seus carros em estado de embriaguês. Reconheço que Americana já não tem muitas opções de lazer, e os jovens da cidade, se quiserem diversão, têm que ir para as cidades vizinhas, sendo assim, penso que seria mais interessante se a prefeitura investisse em eventos para o cidadão americanense do que acolher estudantes de outras localidades, que ao invés de aquecer o comércio, colocam a população local em estado de alerta.

A presidente da liga das faculdades, Carolina Pascotto Martire, 21, afirmou ao Jornal Todo Dia que a organização dos jogos assinou um termo de compromisso com a prefeitura se comprometendo a tomar medidas para não perturbar os moradores – o que parece não ter sido respeitado. Em 2009 foram registradas 200 ocorrências durante os jogos.

Veja alguns dos vídeos das Economíadas:

"Ele é uma bicha!"


"Nossa cara, tô muito louco!"


"Acho que bebi demais!"


Um pouco da curtição...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A cidade da Festa do Peão

- Onde você mora?
Em Americana, interior de São Paulo.
- Mas o que tem aí? A cidade é famosa em que?
Bem, a cidade é um importante pólo têxtil do Brasil, mas deve ser mais conhecida por abrigar a segunda maior Festa do Peão do país.
- Hum, interessante. (Fim de papo)

Pois é, Americana é mais conhecida pela festa do boi do que qualquer outra coisa. Muitos vêm de fora para prestigiar os shows de artistas renomados no cenário musical brasileiro, que acontecem no mês de junho. Mas o que a cidade ganha com isso?

Bem, meu bairro, por exemplo, está localizado onde é o recinto da festa. Aqui você já escuta muitas opiniões contrárias sobre o evento. Enquanto uns adoram o “agito”, outros não suportam conviver com o barulho do som altíssimo que é entoado das 20h até pouco mais de 4h da madrugada em uma noite de festa. Sem contar que nesse período o bairro recebe muitos forasteiros, que chegam aqui para viver dez dias de comércio, quando não, para traficar ou roubar.

A Festa do Peão daqui também esquenta o comércio – ponto positivo. Porém, as muitas botas e chapéus vendidos são à prestação, e representam a conta de produtos que serão utilizados só enquanto o evento acontece.

Dentro do recinto, o que se vê é uma festa muito democrática. Esse ano, por exemplo, soube que as quatro filhas do dono de um dos mais importantes bancos brasileiros estavam na festa. Elas curtiram o show que estava sendo financiado por um mercado, com isso, misturaram-se no meio de 40 mil pessoas que compraram seus ingressos a cinco reais.

Entra ano e sai ano, as notícias mais comuns durante o evento são: os maus tratos com os bois, os muitos roubos, furtos e brigas. Contudo, nesse ano Americana contou com um fato inusitado - um homem agarrou e beijou uma garota de noves anos, que estava acompanhada dos pais. O camarada foi preso antes mesmo de acabar o show daquela noite. Triste não? Os peões, cada vez mais bêbados, vão à festa pra pegar geral, e as mulheres não deixam por menos, dão minutos de prazer aos mágicos, que as beijam e desaparecem. Salvo as raras exceções - que vão à festa para curtir o show, ver o rodeio, ou fazer a alegria da namorada/o; o que resta são as piriguetes, os paquitões, as mal amadas e os caras que desejam mesmo encher a cara.

Falo tudo isso porque ir à Festa do Peão era um dos meus maiores sonhos quando tinha sete anos. Hoje, com 20, digo que é um pesadelo muitos momentos em uma noite de evento – seja na hora que você precisa utilizar o banheiro ou na entrada para a arena, quando cerca de cinco pessoas passam simultaneamente em uma portinha de pouco mais de um metro. Por fim, como já descrito no início deste texto – Americana é conhecida por tal festa, e recebe muitos investimentos para não perder essa fama. No entanto, os americanenses carecem de mais opções de lazer – fato!