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terça-feira, 23 de agosto de 2016

A relevância do jornalismo socioambiental

Os mais açodados têm alardeado que o jornalismo pode estar com os seus dias contados e que mídias seculares, como o rádio e o jornal impresso, correm o risco de simplesmente desaparecer. Os últimos informes realmente não são alvissareiros. Mas há, sim, registros firmes assegurando que as cassandras de plantão têm, felizmente, tudo para errar na previsão.
As inovações tecnológicas estão, sem dúvida, provocando uma verdadeira revolução na vida moderna e, consequentemente, na forma com que geramos e consumimos informação. Minha querida avó, Margarida d’ Oliveira – fã de todo tipo de livros, especialmente os de poesia e romance policial, tendo-se arriscado a produzir alguma de boa qualidade – jamais imaginaria, no início do Século 20, que um dia sua bisneta, minha filha, se tornaria uma qualificada jornalista de mídias digitais. A neta – no caso, esta que vos escreve – ainda pegou a transição do jornalismo analógico para digital. Comecei a trabalhar com máquinas de escrever pesadas e inesquecíveis. Meninos, é verdade, vi o nascer dos primeiros computadores, a chegada da Internet; as buscas eram feitas em bibliotecas e arquivos de jornais em papel escurecido.
Nem por isso, o meio jornal deixou de existir e muito menos a tradicional rádio. Os pessimistas de plantão se apressarão em dizer que conteúdo pode ser encontrado em gigabites nos mais diversos provedores nos mais diferenciados idiomas e dialetos. Pode ser. Mas o bom e velho Jornalismo continua o mesmo. O que apura, o que denuncia, descortina, faz serviço, informa e transforma. Mudam as formas, os meios, as tecnologias. Ficam os princípios.
D. Margarida não se acostumaria, sem dúvida, com o que ela sempre chamava de “modernidades”. Mas, uma mulher sempre à frente de seu tempo – que ficou viúva jovem e criou os três filhos homens com altivez e coragem – sempre soube reconhecer o valor do Jornallismo atual. Como nos ensinou o valor da cultura, dos livros, da mídia. Isso, ainda nos anos 60 e 70.
Teria orgulho da neta e da bisneta jornalistas, trabalhando incansavelmente para bem informar, formar, transformar. Bisavó e bisneta, infelizmente, não chegaram a se conhecer. D. Margarida faleceu quando eu ainda era adolescente, nem sei se cheguei a lhe falar do meu sonho acalantado de ser um dia jornalista. Sabia do gosto pelas letras, pela Literatura e Poesia, isso ela sempre soube.
Sem uma imprensa livre, ética e independente jamais teremos uma sociedade democrática de fato. A mídia socioambiental tem procurado fazer o seu trabalho de forma íntegra. Não tem sido fácil. Quem desejar empreender nesta área precisará perseverar. Dito isso, não quer dizer que logo eu – sempre tão otimista – vá desestimular quem assim deseje enveredar pelos caminhos desta vertente do Jornalismo. Vá em frente, estude, converse com quem entende da área, esteja nos lugares certos, prepare-se para atuar em rede.
O Jornal +Notícias Ambientais realizou meu desejo de empreender nesta área
É verdade. Poucas empresas e parceiros realmente reconhecem o valor da mídia socioambiental: formada por guerreiros que acordam cedo e dormem tarde em busca da melhor notícia, da foto mais apurada, da informação precisa. Sempre em prol do leitor, da sociedade, do compromisso com a transformação do modelo atual para a chamada economia de baixo carbono. Mas é possível sim achar grandes e verdadeiros parceiros.
Reitero – sem a mídia socioambiental, não teremos quem seja capaz de colocar o dedo na ferida quando necessário, de avançar na apuração, de traduzir o que parece inatingível para a maioria. Nas figuras de relevantes e leais colegas de trajetória, aqui representados pelos veteranos Washington Novaes, Vilmar Berna, Dal Marcondes, Lúcia Chayb e René Capriles, Paula Saldanha e Cláudio Savaget, o nosso compromisso com a causa. Não a nossa causa, mas sim a da mídia. A causa maior, por uma sociedade socioambientalmente mais justa e menos desigual. E que muitos, muitos outros, jovens aguerridos possam se juntar a nós nesta jornada. Não sucumbiremos. Somos sobreviventes e, estejam certos, viemos para perseverar.
Em memória de D. Margarida d’Oliveira, para Isabella Araripe e a todos os jovens que militam ou irão militar no jornalismo.
Sônia Araripe, jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem 30 anos de profissão, tendo atuado em diversas redações como: Jornal do Brasil; Jornal do Commercio; Agência Broadcast; O Estado de S. Paulo; O Dia; Rádio FM O Dia; TV Globo; Revista Conjuntura Econômica e Revista Forbes Brasil. Ganhou vários prêmios jornalísticos e acaba de receber o Prêmio “Os 100 mais Admirados Jornalistas Brasileiros”. Tem MBA em Comunicação Empresarial pela PUC-Minas e Pós-Graduação em Meio Ambiente pela Fundação Getúlio Vargas. Há oito anos é publisher de Plurale em revista e Plurale em site (www.plurale.com.br) e sócia proprietária da S.A. Comunicação prestando serviços para várias empresas na área de Comunicação e Sustentabilidade.
Fonte: Revista Jornalismo Ambiental, que foi distribuída durante o VI Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA).

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

14º Programa Barco Escola

Segundo episódio da segunda temporada do Programa Barco Escola, que apresenta o trabalho de remoção das plantas aquáticas que se proliferaram em excesso na Lagoa do Piva, da cidade de Americana - SP; a opinião dos moradores do entorno após o serviço realizado no manancial; e, no quadro "Dica Sustentável", informações sobre o Programa Voluntário Ambiental, que é ligado à Associação Barco Escola da Natureza.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Os Caminhos do Transporte Coletivo"

Como é a situação do transporte coletivo na sua cidade? Antes de responder esta pergunta, você já pegou um ônibus no horário de pico ou teve de esperar horas por um coletivo de baixo de sol ou chuva? Faço estas indagações porque um estudo divulgado na segunda-feira (24), em São Paulo, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), conclui que a qualidade do transporte público é ruim para 19,2% da população brasileira e muito ruim para 19,8%. O porcentual de insatisfeitos, portanto, chega a 39%. Por outro lado, 26,1% veem o transporte público como bom e apenas 2,9% o consideram muito bom, em um total de 29%. Ele é regular para 31,3%.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, disse para o Estadão que “este estudo serve para chamar a atenção para a inadequação desse modelo", referindo-se à priorização do transporte individual em detrimento do transporte coletivo. "Há espaço para o avanço das políticas públicas”, ressaltou Pochmann.

Na Região Sul estão os mais satisfeitos com o transporte público: 44,9% o consideram bom ou muito bom e 23,5% o acham ruim ou muito ruim. Já na Região Sudeste se encontram as opiniões mais negativas: apenas 24,5% o veem como bom ou muito bom e 45,9% o consideram ruim ou muito ruim - este número é muito próximo ao da Região Norte: 45,8%.

O levantamento mostra também que uma em cada quatro (26,3%) pessoas no País vive em cidades em que não há integração entre meios de transporte. Não usam a integração, apesar de ela existir, 27,5%. Dentre aqueles que a utilizam, 33,2% o fazem trocando de um ônibus para outro. Depois, a mais frequente é a troca de um ônibus para o metrô: 4,9%.

O estudo aponta que, quanto mais escolarizada é a pessoa, mais crítica ela se torna em relação ao transporte público. Ele é bom ou muito bom para 34,9% das pessoas com até a quarta série do ensino fundamental - 22,5% o acham ruim ou muito ruim. Já para quem tem ensino superior incompleto, completo ou pós-graduação, 20,1% o consideram bom ou muito bom e 36,9% o acham ruim ou muito ruim.

A pesquisa do Ipea, chamada de Sistema de Indicadores de Percepção Social: Mobilidade Urbana, ouviu 2.770 pessoas em todos os Estados do País e utilizou a técnica de amostragem por cotas, a fim de garantir proporcionalidade no que diz respeito à população. A margem máxima de erro por região é de 5%.

Ainda segundo o estudo, 44% dos brasileiros se locomovem de ônibus. Em segundo lugar aparece o carro, com 23,8%, seguido por motocicleta, com 12,6%.

No final de 2010, tive que produzir uma “reportagem especial” para a disciplina de Radiojornalismo, na faculdade. Discutindo com os outros integrantes do grupo, decidimos falar sobre o “transporte coletivo”.

Foi então que saiu a série de reportagens "Os Caminhos do Transporte Coletivo", produzida pelos alunos do ISCA Faculdades - Carlos Giannoni, Diego Rodrigo, Gerson Américo, Juan Piva e Leandro Tetzner.

Aperte o “play” dos áudios que seguem abaixo e escute o que têm a dizer passageiros, autoridades e funcionários das empresas de transporte público das cidades de Limeira, Americana e Araras.











Com informações da Agência Estado, matéria do repórter Renan Carreira.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Festinha da facul

Chegou ao fim o que parecia interminável: a “Zorra Total” promovida durante a segunda edição das Ecomíadas - jogos universitários que reúne estudantes de Economia, Administração e Ciências Contábeis de várias universidades do Estado de São Paulo para disputar diferentes modalidades esportivas. O evento aconteceu nos dias 8, 9,10,11 e 12 de outubro, em Americana - SP, e contou com a participação de 6 mil jovens.

De acordo com informações da Gama (Guarda Armada Municipal de Americana), responsável pela segurança durante os jogos, a média foi de 25 reclamações por dia, sobre perturbação de sossego e estacionamento irregular nas imediações do Centro Cívico, no Jardim Colina.

Segundo a prefeitura, fiscais fizeram acompanhamento do volume do som e fiscalização do trânsito, porém o número de autuações não foi divulgado. “Gostaria de saber do prefeito que lucro é esse que o evento traz para a cidade, porque até agora só estamos vendo bagunça", desabafou a assistente administrativa Rosemary dos Santos Galo, 49 anos, em reportagem para o Jornal O Liberal.

“Eles vêm apenas para beber e fazer festa, mas a prefeitura aceita em nome do aquecimento do comércio e da rede hoteleira”, reclamou o contador Mário Jorge Urbano, 45, em reportagem para o Jornal Todo Dia.

Gravidade dos casos

O caso mais grave registrado nos jogos foi do estudante de economia e policial militar Vitor Hugo Carrilho, 24, aluno da Universidade Mackenzie, que acusa membros da Gama de agressão. A corporação nega o fato e o acusa de tentar invadir, embriagado, a sede, alegando possuir imagens de circuito interno que provam o ocorrido.

Segundo informações de funcionários de uma equipe de som que comandou as pick-ups nas baladas, rolou até “bingo vivo” nas Economíadas deste ano. Não entendeu? Ah sim, eu explico melhor: as prendas nesse tipo de bingo eram garotas e garotos de programa, contratados pelos próprios universitários. Funcionava assim, você comprava uma cartela na qual concorria aos profissionais do sexo e se batesse, podia levar a “prenda” para onde quisesse, sendo que ela teria que “liberar geral” para você.

Em qualquer um dos cinco dias de jogos, você podia passar pelas ruas da cidade e encontrar, sem muita dificuldade, jovens bêbados e drogados caídos no chão. Quando não, os universitários pegavam seus carros, em estado de embriaguês, e batiam em postes e árvores das intermediações de alojamentos ou baladas (como nota de rodapé: se você é homem e não for capaz de virar um copo de cerveja, tu é uma bicha. Confira nos vídeos ao final do texto).

Poxa, ralo pra caramba pra pagar minha faculdade, que por sua vez, já tem 50% de desconto do Prouni, enquanto essa gurizada tem dinheiro pra rasgar. Será que os pais deles sabem o que acontece nessas “festinhas da facul”? Será que esses mesmos pais que bancam de forma integral cursos caríssimos (como o de Economia na FGV, com mensalidade de aproximadamente R$ 2 mil) sabem, que além de festejar, seus filhos vêm para o interior quebrar vasos sanitários e vidraças de escolas que serviram de alojamento para eles?

Não sou contra festas, até porque, promovo uma ou outra de vez em quando. O que não concordo é que jovens, em sua maioria da capital, venham para o interior fazer baderna, destruir o patrimônio público e colocar em risco a vida dos munícipes por dirigirem seus carros em estado de embriaguês. Reconheço que Americana já não tem muitas opções de lazer, e os jovens da cidade, se quiserem diversão, têm que ir para as cidades vizinhas, sendo assim, penso que seria mais interessante se a prefeitura investisse em eventos para o cidadão americanense do que acolher estudantes de outras localidades, que ao invés de aquecer o comércio, colocam a população local em estado de alerta.

A presidente da liga das faculdades, Carolina Pascotto Martire, 21, afirmou ao Jornal Todo Dia que a organização dos jogos assinou um termo de compromisso com a prefeitura se comprometendo a tomar medidas para não perturbar os moradores – o que parece não ter sido respeitado. Em 2009 foram registradas 200 ocorrências durante os jogos.

Veja alguns dos vídeos das Economíadas:

"Ele é uma bicha!"


"Nossa cara, tô muito louco!"


"Acho que bebi demais!"


Um pouco da curtição...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A cidade da Festa do Peão

- Onde você mora?
Em Americana, interior de São Paulo.
- Mas o que tem aí? A cidade é famosa em que?
Bem, a cidade é um importante pólo têxtil do Brasil, mas deve ser mais conhecida por abrigar a segunda maior Festa do Peão do país.
- Hum, interessante. (Fim de papo)

Pois é, Americana é mais conhecida pela festa do boi do que qualquer outra coisa. Muitos vêm de fora para prestigiar os shows de artistas renomados no cenário musical brasileiro, que acontecem no mês de junho. Mas o que a cidade ganha com isso?

Bem, meu bairro, por exemplo, está localizado onde é o recinto da festa. Aqui você já escuta muitas opiniões contrárias sobre o evento. Enquanto uns adoram o “agito”, outros não suportam conviver com o barulho do som altíssimo que é entoado das 20h até pouco mais de 4h da madrugada em uma noite de festa. Sem contar que nesse período o bairro recebe muitos forasteiros, que chegam aqui para viver dez dias de comércio, quando não, para traficar ou roubar.

A Festa do Peão daqui também esquenta o comércio – ponto positivo. Porém, as muitas botas e chapéus vendidos são à prestação, e representam a conta de produtos que serão utilizados só enquanto o evento acontece.

Dentro do recinto, o que se vê é uma festa muito democrática. Esse ano, por exemplo, soube que as quatro filhas do dono de um dos mais importantes bancos brasileiros estavam na festa. Elas curtiram o show que estava sendo financiado por um mercado, com isso, misturaram-se no meio de 40 mil pessoas que compraram seus ingressos a cinco reais.

Entra ano e sai ano, as notícias mais comuns durante o evento são: os maus tratos com os bois, os muitos roubos, furtos e brigas. Contudo, nesse ano Americana contou com um fato inusitado - um homem agarrou e beijou uma garota de noves anos, que estava acompanhada dos pais. O camarada foi preso antes mesmo de acabar o show daquela noite. Triste não? Os peões, cada vez mais bêbados, vão à festa pra pegar geral, e as mulheres não deixam por menos, dão minutos de prazer aos mágicos, que as beijam e desaparecem. Salvo as raras exceções - que vão à festa para curtir o show, ver o rodeio, ou fazer a alegria da namorada/o; o que resta são as piriguetes, os paquitões, as mal amadas e os caras que desejam mesmo encher a cara.

Falo tudo isso porque ir à Festa do Peão era um dos meus maiores sonhos quando tinha sete anos. Hoje, com 20, digo que é um pesadelo muitos momentos em uma noite de evento – seja na hora que você precisa utilizar o banheiro ou na entrada para a arena, quando cerca de cinco pessoas passam simultaneamente em uma portinha de pouco mais de um metro. Por fim, como já descrito no início deste texto – Americana é conhecida por tal festa, e recebe muitos investimentos para não perder essa fama. No entanto, os americanenses carecem de mais opções de lazer – fato!